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domingo, 16 de maio de 2010

O site G1 fumou o que mesmo?!?!



Essa semana a oposição da nossa minúscula imprensa frente ao Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) do Governo Federal beirou o ridículo. Às vezes tenho certeza que essa turma cheirou ou fumou algo muito forte. Subestimam de forma flagrante o bom senso da platéia.
O G1 (site da Globo) teve a cara-de-pau de chamar mais um daqueles pseudo especialistas não sei lá de que para "descer a lenha" nesse ambicioso plano de inclusão digital do Governo Federal. Com o título de: ‘Internet a 512 kbps não é banda larga’, minimizou descaradamente o que realmente representa a importância desse plano e propositadamente esqueceu de lembrar aos leitores que a internet no Brasil, no modelo que está, é uma das piores e mais caras do mundo. Herança do (des)governo de FHC do PSDB.

Faltou lembrar que:

1 - O Brasil é o único país do mundo onde compramos internet 3G e levamos apenas 1/2G, é como se comprássemos 1Kg de feijão, mas só levássemos para casa 600g. E o pior é que os usuários de internet 3G, como em efeito coletivo, já se conformaram - numa boa - em pagarem (e não é barato) por um serviço que não é cumprido conforme contrato.

2 - O Speedy, a internet da Telefônica que atende os estados de São Paulo, Rio, Santa Catarina e parte de Minas, é considerado exemplo de péssimo serviço prestado ao consumidor, é campeão de reclamações no Procon, ficou proibido de aceitar novos clientes e quase sofreu intervenção da Anatel.

3 - O Velox, a internet da Oi, é considerada uma das mais caras do Brasil, até pouco tempo custava R$ 85,00 por 300Kbps. Prestem atenção nesse dado, para termos uma idéia do quanto era astronômica a tarifa do Velox: O valor cobrado pela GVT, recém chegada concorrente da Oi aqui no Ceará, custa R$ 69,00 por 10Mbps, mais telefone fixo ilimitado e outras vantagens. Viram só?!?! Sem falar do péssimo atendimento ao consumidor, colocam sempre uma gravação para atender o usuário e depois de muita perca de tempo e muita raiva, consegue-se falar com uma atendente que sempre diz  mesma desculpa: "-Sr. está havendo manutenção na sua área, favor aguardar 48h..." Absurdo!!!

4 - Que o acesso a internet reflete o tamanho da conta da desigualdade social, ainda existente no nosso país. Para termos uma idéia, apenas 2% dos lares do estado do Maranhão estão conectados na rede mundial e somente 7,7% da população desse estado acessam a rede de outros locais que não seja dos seus domicílios. É difícil acreditar, mas é verdade, segundo dados do Mapa das Desigualdades Digitais do Brasil.

5 - Esqueceu de lembrar também que entre a população mais rica sobe para 56,3% o percentual de casas com acesso à rede – “uma diferença de 7.600%”, segundo a pesquisa.

6 - Ainda de acordo com o estudo, cerca de 28% da população brasileira auto declarada branca na Pnad utiliza a internet, de maneira geral – mais que o dobro dos 13,3% da população negra.

E o que está por trás desse desespero dos barões da mídia com essa iniciativa do governo?

O FIM do monopólio da informação e da verdade! Com o advento da internet surgiu a figura do canal de informação colaborativa, caso dos Blog's entre outros, ferramenta indispensável na difusão de notícias sem corte, sem filtros e sem censura.
Já que a internet é um território livre, há a opção de confrontação dos fatos com outras fontes, diferente do acontece com os fatos editados pelos telejornais ou grandes portais de notícias (que pertencem aos mesmos donos).

Esse desespero também encontra amparo na queda vertiginosa das receitas com publicidade, pois, as empresas passaram investir pesado em marketing na mídia digital. Assim, o que antes era investido somente em comercial na televisão ou jornal impresso, agora vai para aquele site de músicas, aquele site de games, aquele blog que fala noivas, política ou futebol, enfim. Houve uma pulverização do montante investido em marketing por parte dos grandes financiadores da grande mídia.

Retorno à vida de uma gigante do Estado Brasileiro, o sistema Telebrás, principal financiador do Plano Nacional de Banda Larga que prevê tarifa de R$ 15 para o plano com incentivos, com velocidade de até 512 kbps (quilobits por segundo) e com limitação de downloads, e de R$ 35 para o plano comum, com velocidade entre 512 e 784 kbps, para todos brasileiros, independente da cor, classe social ou região.

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