Mais um braço na luta digital por uma sociedade mais justa.
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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Brasil supera Grã-Bretanha e deve se tornar a sexta maior economia mundial



Hoje é um dia de luto nas Redações da Veja, Globo, PSDB, DEM e C&A... vai ter jornalista e tucano cortando os pulsos, outros se enforcando, e por aí vai...

Olha o presente de Natal para a turma que torce contra o Brasil, lê-se: Globo, Veja, Estadão, PSD, DEM e C&A...

Brasil supera Grã-Bretanha e deve se tornar a sexta maior economia mundial

De acordo com a consultoria britânica, especializada em análises econômicas, a queda da Grã-Bretanha no ranking das maiores economias continuará nos próximos anos com Rússia e Índia empurrando o país para a oitava posição.

O jornal The Guardian atribui a perda de posição à crise financeira de 2008 e à crise econômica que persiste em contraste com o boom vivido no Brasil na rabeira das exportações para a China.

O Daily Mail, outro jornal que destaca o assunto, informa que a Grã-Bretanha foi “deposta” pelo Brasil de seu lugar de sexta maior economia do mundo, atrás dos Estados Unidos, da China, do Japão, da Alemanha e da França.

Segundo o tabloide britânico, o Brasil, cuja imagem está mais frequentemente associada ao “futebol e às favelas sujas e pobres, está se tornando rapidamente uma das locomotivas da economia global” com seus vastos estoques de recursos naturais e classe média em ascensão.

Um artigo que acompanha a reportagem do Daily Mail, ilustrado com a foto de uma mulher fantasiada sambando no carnaval, lembra que o Império Britânico esteve por trás da construção de boa parte da infraestrutura da América Latina e que, em vez de ver o declínio em relação ao Brasil como um baque ao prestígio britânico, a mudança deve ser vista como uma oportunidade de restabelecer laços históricos.

“O Brasil não deve ser considerado um competidor por hegemonia global, mas um vasto mercado para ser explorado”, conclui o artigo intitulado “Esqueça a União Europeia… aqui é onde o futuro realmente está”.

A perda da posição para o Brasil é relativizada pelo The Guardian, que menciona uma outra mudança no sobe-e-desce do ranking que pode servir de consolo aos britânicos. “A única compensação é que a França vai cair em velocidade maior”.

Vale lembrar que o Brasil nunca teve uma Colônia em parte alguma do mundo, saqueando as riquezas de outros povos, disseminando a pobreza e a miséria! O Brasil chegou a 6ª economia mundial às custas do trabalho do seu povo!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

CPI da Privataria é protocolada com 206 assinaturas



O deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) protocolou nesta quarta-feira (21) a CPI da Privataria, para investigar pagamentos de propinas e lavagem de dinheiro durante as privatizações da década de 90, feitas no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). As acusações estão no livro “A privataria tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que também dispersa acusações sobre espionagem dentro do próprio PT. O requerimento apresentado tinha 206 assinaturas e vai ser levado à análise pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que até agora não autorizou a criação de nenhuma comissão parlamentar de inquérito, apesar de outros quatro estarem “na fila”.

Mas hoje Maia disse que vai autorizar a instalação de outras duas CPIs. Também afirmou que a investigação sobre a “privataria” parece ter o objetivo de esclarecer os fatos e dar voz aos acusados de corrupção no livro. “É uma CPI explosiva, com contornos muito claros de debate político”, avaliou Maia. A análise para a abertura da apuração só vai acontecer em 2012.

Protógenes disse que, apesar do ano eleitoral, a CPI não será usada como instrumento de difamação de adversários na corrida às prefeituras no ano que vem. O delegado ainda disse que a CPI deverá chamar para depor os personagens citados por Amaury no livro, como o ex-governador José Serra (PSDB), o tesoureiro tucano Ricardo Sérgio, o banqueiro Daniel Dantas e o ministro do Desenvolvimento Eocnômico, Fernando Pimentel, do PT.

O deputado ressalvou, porém, que essa atribuição de convocar essas pessoas virá dos membros da comissão. Protógenes não acredita que os deputados vão retirar assinaturas do requerimento porque todos estão interessados em esclarecer os fatos narrados no livro, para atestar se são verdadeiros ou não.

Delegado da Operação Satiagraha, que em 2008 prendeu Dantas, ele viu conexões entre as informações do livro e outras operações policiais. “Nunca imaginávamos que grande volume de dinheiro [enviado para o exterior] era do processo de privatização”, afirmou Protógenes.

O livro de Amaury usa muitos documentos obtidos pela CPI do Banestado, que apurou lavagem de dinheiro, e apontou indícios contra integrantes do PT e do PSDB. Por conta disso, houve um ‘acordão’ para encerrar os trabalhos. “Vamos ver a realidade para ver se não haverá um outro ‘acordão’”, desafiou o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), que acompanhava a entrevista coletiva.

FUP e seus sindicatos lançam campanha nacional em homenagem ao ex presidente Lula



Na sexta-feira, 16, a FUP e seus sindicatos lançaram uma campanha nacional, com outdoors nas principais capitais do país levando aos brasileiros uma mensagem de final de ano onde homenageiam o ex-presidente Lula. Os outdoors foram espalhados em alguns estados do país e ficarão expostos até o dia 03 de janeiro. Desde que Lula anunciou, no final de outubro, o diagnóstico de câncer, os petroleiros manifestaram apoio e solidariedade ao ex-presidente e aos seus familiares. "Após tantas batalhas travadas ao longo de sua vida, temos a convicção de que a luta que inicia contra o câncer será vitoriosa.  Será mais um exemplo de coragem e determinação de quem sempre enfrentou de cabeça erguida todos os obstáculos pelos quais passou.

(...) Nossa categoria, que o apoiou em diversos enfrentamentos políticos e o ajudou a iniciar as transformações sociais que vive o Brasil, continua firme ao seu lado em mais essa batalha", destacou a FUP em  nota pública divulgada no dia 31 de outubro.

As conquistas da educação em Fortaleza



Um dos principais compromissos da nossa gestão municipal é fazer valer a política de direitos à educação fundamental para as crianças de Fortaleza. Para tornar esse desafio mais possível, adotamos todo um conjunto de ações, que inclui a incontestável melhoria da infraestrutura de nossas creches e escolas e a excelência na gestão da merenda escolar, que tem impacto direto na qualidade de vida das nossas crianças e que já recebeu reconhecimento nacional.
Essas ações representam uma sólida base à melhoria da educação, mas sabemos que a questão central cabe ao trabalho desenvolvido por nossos professores não só na sala de aula, mas também no planejamento educacional. Nesses sete anos, garantimos melhores salários (um aumento real de mais de 80%), qualificação profissional, ascensões e a implantação automática das gratificações por titulação e qualificação.
Foi também em nossa gestão que os professores da rede municipal conquistaram o tão esperado Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e a tão sonhada incorporação dos aditivos.
Portanto, o chamado pacote de bondades anunciado na semana passada não vem de agora. Ele faz parte da nossa política de valorização do magistério. Em julho, a Prefeitura já havia pago 40% de adiantamento do 13º salário. Agora, em dezembro, os professores vão receber o 13º salário integral - 60% foram depositados na folha de pagamento até dia 15 de dezembro e mais 40% serão depositados em folha complementar até 31 de dezembro.
Entre outras conquistas, está a aquisição de um notebook para cada professor e o custeio do curso de graduação para aqueles professores municipais que ainda possuem apenas o nível médio.
Os avanços da educação fundamental em Fortaleza são incontestáveis. E eles não devem parar por aqui. Temos consciência de que muito ainda precisa ser feito. Mas o que conquistamos até agora mostra que estamos no caminho certo.
* Por Luizianne Lins, militante da DS e prefeita de Fortaleza

"A Privataria tucana" chega às livrarias e mostra fraudes em privatizações do governo FHC



Chegou nas bancas na sexta-feira (9/12) livro "A Privataria tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Junior, e já se mostrou um sucesso de vendas. O conteúdo do livro de 343 páginas confirma as expectativas e denuncia com riqueza de detalhes falcatruas cometidas nos processos de privatizações de empresas públicas durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

Lavagem de dinheiro e pagamento de propina aparecem devidamente documentados no trabalho de Ribeiro Junior, em que o ex-governador de São Paulo José Serra aparece como personagem central. O livro mostra o envolvimento de amigos e parentes do tucano paulista em operações financeiras suspeitas durante o processo de privatização. 

Em sua edição desta semana, a revista CartaCapital traz uma resenha da obra e uma entrevista com autor.  "Ficou bem claro durante as eleições passadas que Serra tinha medo de esse meu livro vir à tona. Quando se descobriu o que eu tinha em mãos, uma fonte do PSDB veio me contar que Serra ficou atormentado, começou a tratar mal todo mundo, até jornalistas que o apoiavam. Entrou em pânico", conta o jornalista, no trecho final da entrevista. Fonte: Rede Brasil Atual
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Leia mais: O ano em que um livro desmascarou a imprensa

Brasil sem Miséria supera meta e inclui 325 mil famílias em 2011



Ao fazer hoje (20) um balanço do Plano Brasil sem Miséria, que completou seis meses, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, destacou a superação da meta de localizar, em 2011, 320 mil famílias para serem incluídas no Programa Bolsa Família. Este ano, 407 mil famílias foram identificadas pelo governo federal. Desse total, 325 mil já estão recebendo o benefício. O objetivo é localizar 800 mil famílias até 2014.

“Mas ainda não estamos satisfeitos, pois queremos encontrar essas 800 mil famílias e, ao localizá-las e incluí-las no cadastro, elas terão acesso não só ao Bolsa Família como aos outros programas sociais do governo”, disse a ministra, que participou hoje pela manhã do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços.

A ministra ressaltou que o balanço de 2011 na área social é “muito positivo”, com o envolvimento da população, dos prefeitos, governadores e empresários no Brasil sem Miséria. “O programa mobilizou todo o país, o que nos faz acreditar que vamos conseguir atingir nossa meta até 2014”, ressaltou.

Segundo ela, a maior dificuldade para atingir a meta de localizar essas 800 mil famílias é que muitas delas estão no meio rural, em localidades de difícil acesso, e outras vivem no meio urbano, mas não têm informação suficiente para chegar até os governos municipais. “Então, nossa dificuldade é mobilizar nossos gestores e levar a população até os serviços públicos.”
Ela disse que vai hoje à tarde ao Espírito Santo participar do lançamento de um programa do governo local em parceria com o federal. “Temos nove governos estaduais trabalhando em conjunto com o governo federal, garantindo que essas famílias, até 2014, saiam da situação de extrema pobreza.”

No Espírito Santo, o programa vai se chamar Bolsa Capixaba e visa à transferência e complementação de renda pelo governo estadual. O estado complementa o valor do Bolsa Família garantindo que as famílias cheguem a receber até R$ 70 por pessoa e saiam da situação de extrema pobreza. “Mas, depois de sair da situação de extrema pobreza, temos que garantir que elas tenham acesso à saúde, educação, qualificação profissional, capacitação, à água. Portanto, é um trabalho amplo para garantir o bem-estar dessa população”. Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O desastre da Chevron prova: Pré-Sal, só com a Petrobras



Com este escândalo que foi – e ainda está sendo – o vazamento de óleo em um dos poços da Chevron-Texaco no Campo de Frade, ao largo do Rio de Janeiro, trouxe, em toda a mídia brasileira, a discussão sobre a capacidade e o preparo do país para a exploração de petróleo no subsolo marinho.

Embora a discussão seja mais do que legítima, os objetivos com que ela é trazida, neste momento, não o são.

É como discutirmos a segurança nas estradas ao lado de um acidente onde o automóvel que o provocou tinha os pneus carecas e andava a 250 km por hora e ainda tinha tomado uns tragos.

A estrada poderia ser uma autobahn alemã e o desastre teria sido igual. Sobretudo porque a responsável pelo acidente ainda tem muitas explicações a dar sobre as razões de seu “erro de cálculo e, sobretudo, porque ocultou-o o quanto pôde.

Como é que não tem níveis pelo menos razoáveis de segurança um país que explora petróleo no mar há 35 anos, em milhares de poços perfurados no leito marinho e só agora tem o seu primeiro acidente de alguma expressão na plataforma continental?

É só olhar o mapa dos poços marítimos da ANP que está no post e você verá que o exagero com que se aborda a questão é apenas um encobrimento das verdadeiras intenções: bloquear a exploração da riquíssima fronteira econômica representada pelas jazidas do pré-sal e favorecer sua entrega aos poderosos interesses das grandes petroleiras estrangeiras.

É necessário eclipsar que este acidente – e já é confesso por parte da Chevron-Texaco, embora a mídia o minimize – decorreu exclusivamente da negligência de uma destas grandes petroleiras, interessada em gastar o mínimo possível nas perfurações q que – suprema ironia – nem mesmo tinha os sistemas de vigilância e inspeção submarino adequados, ao ponto de tê-los de aceitar emprestados pela Petrobras.

E a Petrobras os tinha porque há 40 anos desenvolve tecnologia e rotinas operacionais para exploração marítima. Primeiro com seu Centro de Pesquisas, depois em programas específicos, a partir de 1986, quando criou o Procap, seu Programa de Capacitação em Águas Profundas, com o objetivo de perfurar em até um quilômetro abaixo da superfície marinha. Depois vieram o Procap-2000 e o 3.000, com a necessidade de perfurar em locais ainda mais profundos. Só este último teve um investimento previsto em US$ 128 milhões,

A petroleira brasileira é reconhecida em todo o mundo como líder em tecnologia de exploração a grandes profundidades. E isso, é claro, tem um custo pesado que, muitas vezes, o investidor estrangeiro não quer suportar.
Aí é fácil dizer que as multinacionais são mais rentáveis, gastando menos para garantir a segurança de suas instalações.

Este episódio mostrou que não apenas não ficamos em nada a dever às gigantes do petróleo em matéria de segurança como, ao contrário, foi uma delas que se mostrou incompetente e criminosamente irresponsável na atividade mais arriscada da exploração, que é a perfuração e completamento de um poço pioneiro.

Além das razões econômicas, a segurança provida pela Petrobras é motivo mais que suficiente para a determinação de que só ela possa operar a perfuração e a operação de poços no pré-sal, muito mais profundos e complicados tecnologicamente que os de águas rasas e de profundidade média.

A resposta sobre se o Brasil está preparado para a exploração de águas ultra profundas é sim, ele está, através da Petrobras, que é uma empresa que deve contas e satisfação perante o Governo e o país.

Mas será não se for através de empresas que ganham montanhas de dinheiro, pagam um multa por poluir e, se quiserem, juntam as tralhas e vão embora, com um rico saldo em petróleo e em dinheiro.

Por: Fernando Brito, publicado originalmente no Blog Projeto Nacional

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Nota 10 em mau exemplo!



"Sol do recanto": Roupas insinuantes, movimentos sensuais e desprezo pelos estudos... Por que os autores de novelas inserem em suas obras personagens completamente inúteis, que difundem condutas reprováveis e comportamentos duvidosos? É essa a pergunta que faço a mim mesmo sempre que vejo as cenas da personagem Solange, interpretada por Carol Macedo, na novelona "Fina Estampa" da Rede Globo. Quais os planos do autor da novela para essa personagem? Partindo do pressuposto que na ficção o politicamente correto sempre vence, qual a lição que Solange vai deixar?

Na novela a moça de corpo e roupas insinuantes vive com os pais em uma comunidade carente, ela compõe um núcleo familiar atormentado pela violência doméstica. A mãe de Solange, Celeste, é uma dona de casa constantemente agredida pelo marido violento e controlador, o  motorista Baltazar. Nesse clima de medo e opressão, "Sol", como é conhecida, nutre o sonho de ser uma "funkeira". Enquanto o pai trabalha, a moça executa movimentos pélvicos sensuais e veste roupas minúsculas..."ensaiando", segundo ela.

Não obstante o apelo sexual da adolescente e o reforço do estereótipo "mulher objeto", o problema maior é o total desprezo ( declarado ) que a personagem tem pelos estudos e, em um segundo momento, a conivência da mãe. Tudo isso ficou bem evidente no capítulo da novela "Fina Estampa" que foi ao ar no dia 04.10.2011. Com receio de que Baltazar chegasse do trabalho e não encontrasse a filha em casa, Celeste vai em busca Solange em um baile funk, a sua chegada coincide com o momento em que "Sol" é anunciada como próxima atração pelo MC. A moça pega o microfone e anuncia que o funk que ela vai cantar é de autoria própria, "O nome desse funk é 10 no popozão", disse entusiasmada, completando a performance com um "agachamento rebolativo" que mais lembra uma relação sexual. A moça começa a cantar e dançar acompanhada pela batida característica do funk...

"A primeira é desafio, mas no funk eu arrepio
Eu odeio redação, mas requebro até o chão
Não sou boa no estudo, levo zero em quase tudo
Reprovada no provão, tirei dez no popozão

Meu diploma é de funkeira, vem comigo meu irmão
Ponha a mão no popozão e requebre até o chão..chão..chão...chão

Ao ver o desempenho da filha, Celeste tem um "ataque de orgulho", com uma expressão situada entre a emoção e a felicidade ela conclui a cena dizendo "A minha filha tem talento".

A personagem não é previsível. Não imagino que mensagem positiva o autor reserva para Sol (se é que reserva). Ela se tornará um funkeira famosa que vai livrar a mãe da violência doméstica? Vai criar gosto pelos estudos e abandonar o Funk ou se convencer da importância do conhecimento e usar o funk como vetor para divulgá-lo? Independente do desfecho, e levando-se em consideração o tempo de exposição (pois em novela tudo de bom acontece no último capítulo ) dedicado a imagem negativa de sol, a personagem é desnecessária, além de uma má influência para crianças e adolescentes. O comportamento de "Sol" é um convite ao desprezo pelos estudos e uma apologia à busca da fama a qualquer preço.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

#VazaChevron - A Chevron achou que somos trouxas?



No dia 10 de novembro, quinta-feira, a Agência Estado publicou esta nota:
“A unidade brasileira da petroleira norte-americana Chevron-Texaco informou que está trabalhando para conter um vazamento no campo Frade, na Bacia de Campos. “O vazamento se deve a uma rachadura no solo do oceano. É um fenômeno natural”, disse Heloisa Marcondes, porta-voz da Chevron-Texaco Brasil.

O engajamento do Tijolaço deu exemplo ao país da capacidade do jornalismo colaborativo, sério e comprometimento com a verdade. O Tijolaço “furou” toda a imprensa e foi quem primeiro duvidou da história contada pela Chevron-Texaco de que o derramamento de petróleo no mar era “fenômeno natural”.
O acidente, sabe-se só agora,  aconteceu na segunda-feira, 7 de novembro. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) tomou conhecimento no dia 9, mas só o tornou público no dia 10. 
O primeiro alerta público foi dado pelo Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro) ainda na quarta-feira, 9.

Nos dias 11, 12, 13, 14 e 15, a mídia se limitou a reproduzir as notas oficiais da Chevron-Texaco. E, ainda assim, em matérias pequenas, em pé de página, escondidas. 
Nenhuma cobrança maior. Aliás, nenhum grande veículo se empenhou para saber o tamanho e a causa do vazamento.

Finalmente a imprensa brasileira rompeu o silêncio e começamos entender as causas desse acidente:

Estadão - Polícia Federal investiga se Chevron tentou atingir Pré-Sal ao perfurar poço que vazou.
A Polícia Federal está investigando a possibilidade de a petroleira norte-americana Chevron estar tentando indevidamente alcançar a camada Pré-Sal do Campo de Frade. Na tentativa, teria ocorrido a ruptura de uma estrutura do poço perfurado, dando origem ao vazamento de petróleo na Bacia de Campos (RJ). 
Os especialistas da ANP suspeitam que o emprego pela Chevron de uma sonda com capacidade para perfurar a até 7,6 mil metros, quando o petróleo em Frade aparece a menos da metade dessa profundidade, é um indicativo de que a companhia poderia estar burlando seu plano de prospecção do campo.

Correio Braziliense - Chevron assume total responsabilidade por vazameto de óleo.
Diante da pressão exercida por autoridades que cobram providências contra a petroleira norte-americana Chevron, o presidente da empresa no Brasil, George Buck, afirmou no domingo (20/11) que a companhia assume total responsabilidade pelo vazamento de óleo que atinge há 14 dias a Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro.
O presidente da Chevron no Brasil, Charles Buck, disse ontem à noite que a empresa foi culpada pelo vazamento, por não aplicar técnicas adequadas de cimentação do revestimento da coluna de perfuração.
A perfuração foi feita com uma cimentação insuficiente para proteger a rocha em torno dos tubos de revestimento do poço e o petróleo subiu por este espaço, infiltrando-se na rocha e subindo à superfície do solo oceânico.

Folha de S. Paulo - Chevron tentou esconder vazamento de petróleo em Campos.
A direção da Chevron no Brasil omitiu informações sobre o vazamento de petróleo em poço da Bacia de Campos e pode ser responsabilizada por tentar ocultar o acidente. A Chevron sabia do vazamento de petróleo no Campo do Frade desde o dia 9/11, mas só tornou a informação pública cinco dias depois, na segunda-feira, 14/11. 

Wall Street Journal -  A plataforma Sedco706 não era adequado para modernas perfurações em águas profundas.
A plataforma Sedco706, da Transocean, que opera na área do acidente em Frade, tem hoje 35 anos de idade e que o equipamento “não era adequado para modernas perfurações em águas profundas." E não deveria ser utilizado mais para perfuração. a Sedco706, da Transocean, a mesma proprietária da Deepwater Horizon, que provocou o acidente no Golfo do México.

Portanto, ficam as perguntas: 
O que levou a Chevron-Texaco achar que poderia agir dessa forma aqui no Brasil? Achar que somos trouxas? Ou achou que o Brasil ainda é colônia americana?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Lei de Mídias Democráticas no Brasil



A Internet é apontada, hoje, como a redenção, o alvorecer da era da verdadeira democratização da mídia, os meios de comunicação no mundo. Está mais do que claro, porém, que essa é mais uma ilusão, de tantas que a história nos guardou.

No varejo, tudo bem, todo mundo pode acessar e trocar lá suas mensagens. Fazer páginas, blogs, redes e tudo o quanto quiser para falar de política ou sexo é fácil e até banal. É como se fosse uma válvula de escape para as angústias dos viventes. No atacado, porém, a história é muito diferente. O buraco é mais embaixo.

Como no passado, com outras mídias, esta também está sob controle das forças que dominam o mundo. Em temas de importância estratégica para o centro do mundo, em especial os Estados Unidos, as redes são monitoradas e conduzidas. E em momentos de crise, há a possibilidade de controle total. E aí, babau democracia.

Muitos exemplos têm sido mostrados até na grande mídia, meio sem querer, mas que deixam claras as tendências do sistema internético. Um deles é o caso do Egito, onde foram bloqueadas as linhas de celular e o acesso via computador, pelos técnicos do regime então em vigor.

No entanto, os gerentes das redes mundiais intervierem e as desbloquearam. O motivo pode ser qualquer um. O que nos chama atenção, contudo, é a possibilidade de isso ser feito. Tanto o bloquear quanto o desbloquear, como era alardeado, seriam coisas impossíveis. Para usar a linguagem dessa mídia, ksksksks...

Por outro lado, há incontáveis páginas alocadas na rede que não são passíveis de acesso. É o caso, por exemplo, da página das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARCs), que existe, mas que no Brasil ou nos Estados Unidos, ninguém consegue acessar, por motivos “técnicos”.

Isso nos remonta à própria história dos modernos meios de comunicação. Desde a sua primeira etapa, que foi a da luta pela liberdade de imprensa. Esta era pelo direito de se possuir uma máquina impressora, até então estatais, como forma de, a partir dela, exercer outra liberdade, a de expressão.

Transferiu-se apenas o controle das máquinas das mãos do estado para as mãos dos setores privados que controlam inclusive o estado. Ou seja, os meios seguirem nas mãos das elites. E estas sempre estiveram a favor do colonialismo, da dominação do mundo, do subjugo de povos, da exploração de recursos naturais e assim por diante.

Veio então o rádio, no limiar do século 20, e com ele a mesma esperança de democratização do acesso e liberdade de expressão. Doce ilusão. Nas frequências do rádio voaram as ideologias das forças colonial-imperialistas, com enorme importância especialmente no período da segunda Grande Guerra e, depois, na chamada guerra fria.

A influência de emissoras como a BBC de Londres, na Grã-Bretanha, e da Voz da América, nos EUA, para citar dois exemplos, foi brutal no período pós-guerra. É claro que, de outra lado, havia a rádio de Moscou, também com potentes transmissores em Ondas Curtas, e, já na década de 60, a rádio de Havana, em Cuba, que entrava rachando em toda a América Latina, especialmente na região amazônica.

Mas, também aí era possível ter controle. A BBC e a Voz praticaram incontáveis vezes o recurso do jamming, que significa “engarrafamento” e, no caso, expressa o ato de entrar com uma onda magnética sobre outra, na mesma frequência, e assim picotar a transmissão indesejada.

Nós temos um grande exemplo disso aqui no Brasil. A Rádio Nacional da Amazônia, estatal, foi criada durante a ditadura militar para embananar as ondas da Rádio de Havana. O objetivo foi plenamente atingido. Não havia essa preocupação, por exemplo, com a BBC da Jamaica, que era colônia britânica, e isso explica a influência da música caribenha na região norte do País, especialmente no Maranhão.

O fato é que, também no caso do rádio, a mídia ficou nas mãos de estados e de grandes grupos econômicos com a mesma coloração ideológica. E é esta a situação que até hoje vigora.

Com o advento da TV, de novo se esperava alguma forma de abertura. Mas, a TV incorporou, no caso dos EUA, a prática que já vinha em curso no cinema desde antes da guerra, com o conhecido uso de Hollywood como base de difusão da ideologia ianque.

Mesmo no Brasil, onde a matriz da TV foi o rádio e não o cinema, ocorreu o mesmo processo, já que ainda hoje boa parte da programação televisiva daqui é de enlatados, termo que vem das latas redondas que traziam os filmes do cinema e, depois, os programas de TV.

O processo que se vê agora segue o mesmo caminho. É certo que a Internet abre chances que eram inexistentes e amplia a possibilidade de acesso. Não há dúvida sobre isso. A questão, no entanto, é que os limites já estão bastante bem desenhados.

Mídia Democrática, por Jaime Sautchuk, portal Vermelho

Contribua com seu apoio no abaixo assinado pró Lei de Mídias Democráticas no Brasil, corroborando e divulgando
Abaixo-assinado Lei de Mídias Democráticas no Brasil
(clique aqui)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Notícia no Brasil é fabricada ao gosto do patrão‏



Impressionante o silêncio e cinismo da imprensa em esconder o gigantesco vazamento de petróleo na Bacia de Campos/RJ provocado pela Chevron
O óleo já jorra no mar há mais de uma semana e até agora nenhum gerente, diretor ou engenheiro da Chevron foi cobrado a das explicações públicas. Até agora só notinhas insossas.

Voltando um pouco na história, mais precisamente em dezembro de 2009, é fácil saber o motivo da blindagem que cerca a Chevron.
As petroleiras americanas não queriam a mudança no marco de exploração de petróleo no Pré-sal que o governo aprovou no Congresso, e uma delas ouviu do então pré-candidato favorito à Presidência, José Serra (PSDB), a promessa de que a regra seria alterada caso ele vencesse.
É isso que mostra telegrama diplomático dos EUA, de dezembro de 2009, obtido pelo site WikiLeaks (www.wikileaks.ch).

Amigos(as), E se fosse a Petrobras...? Até os peixes e as baleias estariam sendo convocadas para a CPI do Desastre Ambiental. Seria notícia em primeira página de todos sites e cobertura exclusiva no Jornal Nacional. 

Mas o que os sites e jornais preferiram publicar essa semana foi a queda nos lucros da Petrobras, mesmo sabendo que essa queda é essencialmente contábil, pela desvalorização cambial ocorrida desde agosto. Mas se esta análise fosse menos contaminada a notícia correta seria: 

Petrobras teve aumento do lucro líquido de 15% em relação o mesmo período de 2010, alcançando R$ 28 bilhões 264 milhões, com 7% de aumento na geração de caixa medida pelo EBITDA.

Mas como podemos ver, notícia no Brasil é fabricada ao gosto do patrão, eis algumas de um mesmo assunto:





Assim fica difícil saber em quem acreditar... ainda bem que temos a matemática!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Brasil gera 2 milhões de empregos formais em 2011



Região Nordeste foi a que registrou o melhor desempenho em setembro

O Brasil gerou 2.079.188 nos primeiros nove meses deste ano - o que significa um acréscimo de 5,78% aos 35.942.910 registrados em dezembro de 2010. O saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em setembro mostra a geração de 209.078 novas vagas, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (18), pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O número de admissões foi de 1.763.026 e o de desligamentos foi de 1.553.948, ambos os maiores para setembro na série histórica iniciada em 2002.

Desde janeiro de 2003 foram criados 17.463.630 empregos com carteira assinada no Brasil. A formalização do mercado de trabalho é uma tendência observada desde 2003, de acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PME-IBGE) e do Caged, analisados regularmente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “Como já destacado nos boletins anteriores, é possível notar que a informalidade vem caindo contínua e significativamente”, informa a mais recente edição do estudo do Ipea, publicado em agosto (Boletim Mercado de Trabalho - Conjuntura e Análise 48 –). No primeiro semestre deste ano, o grau de informalidade era de 35,6% - menor do que os 37,2% do mesmo período de 2010 e que os 39,2% dos primeiros seis meses de 2008.

Setores - Apesar de o resultado total do Caged ter mantido a trajetória de crescimento dos últimos anos, a indústria de transformação sinalizou um menor dinamismo, quando comparado com os resultados médios obtidos de 2003 a 2010. Já o setor Serviços obteve um desempenho bem acima da média para o período. “Tivemos uma queda na geração de empregos na indústria por conta da concorrência dos produtos importados”, afirma o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. 

O aumento do emprego, em setembro, decorreu do desempenho positivo em sete dos oito setores de atividade: Serviços (91.774 vagas, o terceiro melhor resultado para o mês), Indústria de Transformação (66.269), Comércio (42.373), Construção Civil (24.977), Extrativa Mineral (1.831), Administração Pública (1.714) e Serviços Industriais de Utilidade Pública (1.014). 
Regiões - As informações mostram, ainda, que houve desempenho recorde em cinco estados: Rio de Janeiro (23.903), Sergipe (4.649), Tocantins (1.154), Amapá (952) e Roraima (748). Entre as regiões brasileiras, a Nordeste foi a que registrou o melhor desempenho em setembro, com 89.424 novas vagas geradas. Logo depois estão Sudeste, com 67.107 empregos; Sul, com 29.958; Norte, com 12.377 (o segundo melhor desempenho para o período); e Centro-Oeste, com 10.212.

Salários dos admitidos tiveram aumento real de 6,16%

Nos primeiros seis meses de 2011, os salários médios de admissão revelaram um aumento real de 6,16% em relação ao mesmo período de 2010, passando de R$ 885,36 em 2010, para R$ 939,90 em 2011. 

No recorte por gênero, o aumento real do salário médio obtido pelos homens foi de 7,28%, frente ao aumento de 4,39% para as mulheres. Em consequência, a relação entre o salário real médio feminino versus masculino reduziu de 87,64% em 2010 para 85,28% em 2011, indicando um aumento da diferença dos salários auferidos pelas mulheres frente aos percebidos pelos homens.

Brasil precisa de mais 150 mil engenheiros até 2012



O Brasil precisa de mais 150 mil engenheiros até o final de 2012, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). E, por causa de investimentos no setor de energia, infraestrutura e a descoberta do pré-sal, uma das áreas com maior necessidade de profissionais é a de petróleo e gás.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o setor de petróleo e gás (incluindo-se extração e refino) continuará expandindo sua demanda por esses profissionais a taxas entre 13% e 19% ao ano. No Brasil, formam-se anualmente 48 mil engenheiros em todas as especializações.

Na procura por profissionais para o setor de petróleo e gás, de cada dois candidatos selecionados, dois são contratados. “Normalmente, para vaga de engenharia, a seleção é feita com quatro, cinco profissionais para só então a empresa escolher. Já quando a vaga é no segmento de petróleo e gás, são selecionados um ou dois candidatos. E, se forem dois, ambos são contratados por causa da grande demanda”, diz João Amaral, headhunter da divisão de Petróleo e Gás da Michael Page, empresa de recrutamento e seleção.

Atualmente, na Michael Page há 40 vagas abertas para esse segmento da engenharia e, segundo Amaral, com dificuldade para serem preenchidas. “As empresas têm pago altos salários para quem é especializado nessa área. Até porque, para a companhia vale mais a pena pagar bem e manter a operação do que parar a produção por causa da falta de profissional”, comenta o headhunter.

A demanda é tão grande que o setor tem buscado profissionais em outras áreas da engenharia, como automotiva, de energia, de telecomunicações e até da indústria farmacêutica.
“É um setor que tem pago mais que os outros e oferece um bom pacote de benefícios para atrair pessoas de outras áreas. E isso também é estratégia para manter o profissional na empresa, já que a disputa é grande”, afirma Rafael Meneses, da empresa de recrutamento e seleção Asap.

O diretor da empresa de recursos humanos FCB, Valter Teixeira, explica que as vagas não se limitam a Petrobrás e subsidiárias da estatal. “Há demanda em empresas que prestam serviço, realizam e executam projetos para a Petrobrás”, explica.

Porém, não basta ter vontade de migrar para o segmento. Segundo os especialistas, nem para todas as áreas do setor de petróleo e gás a formação de engenheiro, mecânico, eletrônico ou de produção, é suficiente. “Tem que ir atrás de especialização. Para quem trabalha embarcado (nas plataformas de extração de petróleo), por exemplo, é um trabalho muito específico. Mas paga o dobro”, afirma Amaral.

Outra recomendação dos especialistas em recursos humanos e seleção é buscar cursos técnicos na área, que podem oferecer um diferencial para esse profissional. “E uma segunda língua é fundamental, pois há empresas novas chegando ao País ou atuando lá fora”, diz Meneses.

A engenheira química Maria Regina Oeino, de 51 anos, voltou para o setor de petróleo e gás após um hiato de dez anos. “Eu comecei nessa área trabalhando com projetos e depois, quando o setor ficou ruim, saí, atuei na indústria e virei professora universitária. Só voltei agora, nos anos 2000, quando o setor voltou a ter investimento”, conta.

Maria Regina afirma que o mercado tem grande demanda e houve um período em que faltou formação de profissionais para atuar na área. “Não se encontra engenheiros no setor com 15 anos de atuação, por exemplo. Ou são mais velhos, como eu, ou mais novos. Isso porque nos anos 90 não havia investimento e demanda nesse setor”, analisa.

Para a engenheira, nos próximos 10 a 20 anos esse será um setor de forte oferta de vagas. “Estamos defasados e é hora de recuperar.”

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras, eleito o Executivo do Ano.



Como diz o nosso amigo PHA, agora a turma da imprensa brasileira neoliberal demo-tucana, corta os pulsos.... E agora? O que dirão a Miriam Leitão, Carlos Alberto Sardenberg, William Wack, Veja, Folha de São Paulo e C&A...?

Executivos das 100 maiores empresas de petróleo escolheram o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, como o Executivo de Petróleo do Ano de 2011. O prêmio será entregue pela Energy Intelligence, um dos maiores serviços de informações na indústria, na próxima segunda-feira, dia 10. Em entrevista por email à ISTOÉ, Gabrielli destaca a inovação como fator de sucesso para a Petrobras.

O que é ser considerado o executivo do ano pelos líderes das 100 maiores companhias de petróleo do mundo?

Todos os prêmios que recebi nestes oito anos de Petrobras, primeiro como diretor financeiro e depois como presidente, devem ser creditados ao corpo de diretores, gerentes e de empregados desta empresa, orgulho de todos os brasileiros, pela posição conquistada no mundo. 
Ser escolhido Executivo de Petróleo do Ano de 2011 pelos dirigentes das 100 maiores empresas do setor, antes de mais nada, é o reconhecimento mundial desta posição. Ninguém melhor do que os executivos do setor para avaliar uma empresa de petróleo. Por isso, quero dividir está homenagem com toda a nossa força de trabalho.

O que diferencia a Petrobras das demais empresas do setor? 

Podemos identificar diversas variáveis que nos distinguem no universo das empresas mundiais. Uma delas é que aprendemos fazendo, e fazendo corretamente. Não tínhamos nenhuma experiência em exploração e produção offshore, quando fizemos as primeiras descobertas em Sergipe, em águas rasas, e depois na Bacia de Campos, onde fomos descobrindo petróleo e gás em águas cada vez mais profundas, o que nos levou a receber diversos prêmios no setor. Nesta escala, chegamos hoje à posição de liderança em águas profundas e ultraprofundas, com 22% das operações neste horizonte.

Do ponto de visto de mercado, qual o diferencial da Petrobras?

Estamos diretamente associados ao crescimento da economia brasileira. As grandes empresas mundiais do nosso setor produzem petróleo em diferentes regiões e são exportadoras de óleo cru. A Petrobras, ao contrário, tem 85% de sua produção extraída dos campos nacionais. Cerca de 80% dessa produção é processada em nossas refinarias no Brasil, e os derivados produzidos se destinam ao mercado brasileiro. Temos, portanto, uma integração industrial e comercial intensa e direcionada ao mercado interno.

A que podemos creditar os resultados operacionais e financeiros da Petrobras, ao longo dos anos?

Um dos principais fatores é a capacidade inventiva de nossos técnicos que, além de criarem novas alternativas operacionais, vêm aperfeiçoando o que há de melhor do setor no mundo. Além disso, compartilhamos esta criatividade com a indústria nacional e com os fornecedores de serviços. Dessa forma, desenvolvemos tecnologia e conhecimento no país. A cadeia de petróleo e gás atingiu condições para construir plataformas para águas profundas de avançada tecnologia e preços e prazos compatíveis com os padrões mundiais, como foi o caso recente da P-56.

Vamos continuar elegendo executivos do setor ainda por muitos anos ou o petróleo está com seus dias contados?

Nos próximos 40 anos, apesar dos avanços recentes, o volume de energias alternativas como fonte primária ainda é baixo. As energias eólica, solar, geotermal e das marés, geradas hoje no mundo, representam menos de 1% da matriz energética mundial. Se crescerem 10 vezes até 2020 chegarão a 9% da matriz. Por isso o petróleo ainda vai continuar por muito tempo como a principal fonte de energia primária mundial.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Petrobras completa 58 anos com perspectivas de dobrar a produção na próxima década



Petrobras é responsável pela produção na mais nova fronteira exploratória mundial, que mudará o papel do Brasil no cenário geopolítico: de atual coadjuvante no mercado global de petróleo e gás, o País passará a ser um de seus protagonistas.

A Petrobras completa 58 anos, nesta segunda-feira (03/10), com muito a comemorar e, também, a esperar do futuro. Nesse período, a Companhia criada por Getúlio Vargas com objetivo de trazer “independência econômica” ao País foi além de seu desígnio original. Hoje a Petrobras é responsável pela produção na mais nova fronteira exploratória mundial, que mudará o papel do Brasil no cenário geopolítico: de atual coadjuvante no mercado global de petróleo e gás, o País passará a ser um de seus protagonistas.
Com o maior plano de investimentos de sua história – US$ 224,7 bilhões (R$ 389 bilhões) previstos para o período entre 2011 e 2015 -, a Petrobras prevê instalar 19 grandes projetos de produção até 2015, adicionando 2,3 milhões de barris por dia (bpd) à sua capacidade de produção. Serão adicionados, em cinco anos, volume superior ao que a empresa conseguiu produzir em 58 anos.
O crescimento da Petrobras foi construído por sua força de trabalho que, para conduzir o desenvolvimento projetado no Plano de Negócios 2011 – 2015, será aumentada dos atuais 58 mil empregados diretos da controladora, para 74.400 em 2015. Para trabalhar na cadeia de suprimento do setor, o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), do qual a Petrobras é a principal financiadora, qualificará 213 mil pessoas.
A Companhia almeja também perfurar mais de 1.000 poços offshore ao longo desses cinco anos e chegar à produção de 4,9 milhões bpd de petróleo em 2020 no Brasil, sendo 1,9 milhão oriundos do Pré-Sal. Hoje, a Petrobras já produz 129 mil bpd no Pré-Sal e as moléculas de gás do campo de Lula abastecem, desde setembro, o mercado brasileiro, através do gasoduto Lula-Mexilhão. Com 216 quilômetros de extensão, é o gasoduto com maior profundidade e comprimento de duto rígido submarino já instalado no Brasil.
Esses números tornam-se ainda mais significativos quando se coloca em perspectiva o curto espaço de tempo entre a descoberta do Pré-Sal (2006) e a entrada em produção do primeiro Teste de Longa Duração (TLD), em 2009, bem como as características da região onde essa riqueza está localizada. A nova fronteira fica a 300 km da costa, em profundidades de até 7 mil metros (altura do Himalaia) e sob camada de sal, plástica, de 2 quilômetros de espessura, ou cinco vezes a altura do Pão de Açúcar.
Seria difícil acreditar que a produção da Companhia seria duplicada na próxima década (4,9 milhões bpd em 2020), não fosse o histórico dos últimos 30 anos. Em 1980, a Petrobras produzia apenas 187 mil bpd, sendo a maior parte da produção em terra. Em 1990, a Companhia mais que triplicou sua produção, atingindo 653 mil bpd. A aposta da exploração em águas profundas fez a Petrobras alcançar, em 2000, produção de 1,2 milhão bpd e 2 milhões em 2010.
Essa história de conquistas traz benefícios não apenas para a Companhia, seus funcionários e acionistas: beneficia cadeia de fornecedores e subfornecedores estimada em mais de 200 mil empresas e milhões de trabalhadores. O maior exemplo desse benefício é a inédita construção de 28 sondas de perfuração no País. Se em 2000, a indústria naval brasileira contava com 1.900 trabalhadores, hoje (dado de 2010) um exército de 56.112 pessoas está a serviço dos estaleiros e de seus fornecedores. (texto na íntegra, Blog da Petrobras)

domingo, 11 de setembro de 2011

A matemática macabra do 11 de setembro



Finalmente leio hoje o mais lúcido artigo relacionado ao 11 de setembro. Trata-se do texto de Marco Aurélio Weissheimer, na Carta Maior, com título: A matemática do 11 de setembro. Mas, e agora?

Amparado pela matemática e dados oficiais, Marco Aurélio, discorre sobre o que há de mais macabro e horripilante nos acontecimentos que derivaram do 11 de setembro. Para vingar as mais de 2.900 vítimas do ataque, mais de 900 mil pessoas já teriam perdido suas vidas até hoje, segundo Unknown News, organização que fornece estatística detalhada do número de mortos nas guerras do Afeganistão e Iraque, distinguindo vítimas civis de militares.

A matemática da vingança é assustadora: Para cada vítima do 11 de setembro, 310 perderam suas vidas

A reação aos atentados supera de longe a prática adotada pelo Exército Nazista nos territórios ocupados durante a Segunda Guerra Mundial: Executar 10 civis para cada soldado alemão morto.

Na madrugada do dia 2 de maio, ao anunciar oficialmente que Osama Bin Laden tinha sido morto, Obama disse:

“Foi feita justiça. Nesta noite, tenho condições de dizer aos americanos e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama Bin Laden, o líder da Al Qaeda e terrorista responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças.”

O conceito de justiça usado por Obama autoriza, portanto, a que iraquianos e afegãos lancem ataques contra os responsáveis pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças. E provoquem outras milhares de mortes. E assim por diante até que não haja mais ninguém para ser morto. A superação da Lei do Talião, cabe lembrar, foi considerada um avanço civilizatório justamente por colocar um fim neste ciclo perpétuo de morte e vingança. A ideia é que a justiça tem que ser um pouco mais do que isso.

Mas nem tudo é dor e sofrimento

Muitas empresas ganharam com a guerra, aliás, ganharam muito! O Iraque cedeu lugar à guerra mais privatizada da história: serviços de alimentação, escritório, lavanderia, transporte, segurança privada, engenharia, construção, logística, treinamento policial, vigilância aérea… a lista é longa.

- A Halliburton, ligada ao então vice-presidente Dick Cheney, recebeu cerca de US$ 13,6 bilhões para “trabalhos de reconstrução e apoio às tropas”;

- A Parsons ganhou US$ 5,3 bilhões em serviços de engenharia e construção; 

- A Dyn Corp. faturou US$ 1,9 bilhões com o treinamento de policias;

- A Blackwater abocanhou US$ 21 milhões, somente com serviço de segurança privada;

- 20 mil militares privados.

A matemática macabra envolvendo o 11 de setembro não pára por aí

Voltando a 1973, quando Washington apoiou ativamente o golpe militar que derrubou e assassinou o presidente do Chile, Salvador Allende.

Em agosto deste ano, o governo chileno anunciou uma nova estatística de vítimas da ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990): entre vítimas de tortura, desaparecidos e mortos, 40 mil pessoas, 14 vezes mais do que o número de vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001

Relembrando as palavras do presidente Obama e seu peculiar conceito de justiça, os chilenos estariam autorizados a caçar e matar os responsáveis pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças.
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P.S Blog do Rafael Chaves: É isso ou entendi errado? Prefiro me consolar com as palavras de Michael Moore: “Depois de dez anos, duas guerras, 919.967 mortes e 1,188 trilhão de dólares, conseguimos matar uma pessoa”.
É amigos... seria bom que todos os 11's de setembro's ao longo da história também fossem lembrados...

Recomendo ler artigo na íntegra, clique aqui.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O Estado não inchou. Cessou foi sua demolição



Imagine o caro leitor que o senhor ou a senhora seja dono de uma empresa com 53 funcionários e gasta com eles, digamos, 10% do seu faturamento bruto. Oito anos depois, a sua empresa tem 63 funcionários, que absorvem 9% de seu faturamento.  Isso seria boa ou má administração? Lógico que a resposta seria: claro que a empresa cresceu, mas cresceu de forma saudável, aumentando sua eficiência.

O Globo, hoje, em sua manchete, recusa este raciocínio simples e estampa: “Governo Lula contratou três vezes mais servidores do que Fernando Henrique”, com base em um estudo divulgado ontem à tarde pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA.

É óbvio que, para um governo como o de FHC, com o confessado objetivo de demolir o Estado brasileiro, reduzir o funcionalismo era não apenas natural como parte do objetivo estratégico de enfraquecimento do poder público. O número de servidores civis na administração pública, nos dos mandatos tucanos, caiu 13,5%, como resultado – você vê no gráfico, de muitas aposentadorias e poucas contratações que as substituíssem.

Aposentaram-se 134.654 servidores e foram admitidos 51.613. O quadro de servidores federais ativos encolheu 12,7% deste o fim do Governo Itamar até 2002, mesmo FHC tendo assumido depois de quatro anos (Collor e Itamar) onde não houve contratações, mas só demissões e aposentadorias.

Já no governo Lula, admitiram-se, por concurso, 155.534 servidores, contra 79.302 aposentadorias. O número de servidores federais ativos cresceu 11,9% do final do Governo FHC ao final do governo Lula.
Em resumo, as admissões no governo Lula sequer chegaram a repor o estoque de servidores que Fernando Henrique encontrou e destruiu. Para ser exato, faltaram ainda 11.200 vagas.

Olhemos, porém, a questão de outra forma, para avaliar o que isso quer dizer. Imagine o caro leitor que a notícia fosse dada da seguinte forma: Polícia Federal tem menos agentes que em 2003 ou Universidades federais dobram matrículas e não contratam professor ou Número de ações duplica, mas União tem os mesmos advogados que em 2003.

Pois é, a coisa ficaria muito diferente.

Mas a economia cresceu o suficiente para sustentar essa recuperação, ainda que limitada, nos quadros do funcionalismo federal? Espante-se, senhor leitor, mas os gastos da União com seus servidores caíram de 5% do Produto Interno Bruto, em 2002, para cerca de 4,5% do PIB. O ritmo de aumento de contratações no setor privado foi mais que o dobro do setor público.

O Brasil tem, segundo outro estudo do mesmo Ipea, um nível de emprego público que, ao contrário do que pensa muita gente, fica abaixo dos países desenvolvidos em matéria de proporção de servidores públicos sobre o número total de trabalhadores. O serviço público absorvia, em 2006, 12,5% dos empregos totais e, como a expansão do setor privado foi muito mais forte do que a do público, mesmo considerados Estados e Municípios, este número já deve estar abaixo de 12%. Nos EUA, reconhecidamente um dos países menos “estatizados”, esta proporção era de 14,8% no mesmo ano.

A manchete de O Globo, portanto, agarra uma comparação que permite chocar aos incautos, mas não revela em nada o processo de saneamento do Estado brasileiro em matéria de pessoal, que não é o mesmo, ao contrário, do que destruir a capacidade de funcionamento do serviço público.

Por: Fernando Brito no blog Projeto Nacional