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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Nota 10 em mau exemplo!



"Sol do recanto": Roupas insinuantes, movimentos sensuais e desprezo pelos estudos... Por que os autores de novelas inserem em suas obras personagens completamente inúteis, que difundem condutas reprováveis e comportamentos duvidosos? É essa a pergunta que faço a mim mesmo sempre que vejo as cenas da personagem Solange, interpretada por Carol Macedo, na novelona "Fina Estampa" da Rede Globo. Quais os planos do autor da novela para essa personagem? Partindo do pressuposto que na ficção o politicamente correto sempre vence, qual a lição que Solange vai deixar?

Na novela a moça de corpo e roupas insinuantes vive com os pais em uma comunidade carente, ela compõe um núcleo familiar atormentado pela violência doméstica. A mãe de Solange, Celeste, é uma dona de casa constantemente agredida pelo marido violento e controlador, o  motorista Baltazar. Nesse clima de medo e opressão, "Sol", como é conhecida, nutre o sonho de ser uma "funkeira". Enquanto o pai trabalha, a moça executa movimentos pélvicos sensuais e veste roupas minúsculas..."ensaiando", segundo ela.

Não obstante o apelo sexual da adolescente e o reforço do estereótipo "mulher objeto", o problema maior é o total desprezo ( declarado ) que a personagem tem pelos estudos e, em um segundo momento, a conivência da mãe. Tudo isso ficou bem evidente no capítulo da novela "Fina Estampa" que foi ao ar no dia 04.10.2011. Com receio de que Baltazar chegasse do trabalho e não encontrasse a filha em casa, Celeste vai em busca Solange em um baile funk, a sua chegada coincide com o momento em que "Sol" é anunciada como próxima atração pelo MC. A moça pega o microfone e anuncia que o funk que ela vai cantar é de autoria própria, "O nome desse funk é 10 no popozão", disse entusiasmada, completando a performance com um "agachamento rebolativo" que mais lembra uma relação sexual. A moça começa a cantar e dançar acompanhada pela batida característica do funk...

"A primeira é desafio, mas no funk eu arrepio
Eu odeio redação, mas requebro até o chão
Não sou boa no estudo, levo zero em quase tudo
Reprovada no provão, tirei dez no popozão

Meu diploma é de funkeira, vem comigo meu irmão
Ponha a mão no popozão e requebre até o chão..chão..chão...chão

Ao ver o desempenho da filha, Celeste tem um "ataque de orgulho", com uma expressão situada entre a emoção e a felicidade ela conclui a cena dizendo "A minha filha tem talento".

A personagem não é previsível. Não imagino que mensagem positiva o autor reserva para Sol (se é que reserva). Ela se tornará um funkeira famosa que vai livrar a mãe da violência doméstica? Vai criar gosto pelos estudos e abandonar o Funk ou se convencer da importância do conhecimento e usar o funk como vetor para divulgá-lo? Independente do desfecho, e levando-se em consideração o tempo de exposição (pois em novela tudo de bom acontece no último capítulo ) dedicado a imagem negativa de sol, a personagem é desnecessária, além de uma má influência para crianças e adolescentes. O comportamento de "Sol" é um convite ao desprezo pelos estudos e uma apologia à busca da fama a qualquer preço.

2 comentários:

  1. "Vóis que sois luz, iluminai a semente do amanhã, não deixais que percam as sementes plantadas em vossos corações... Aduba e rega, para instruí-los, para que amanhã, não seja preciso correção da vida. Amados filhos."

    Realmente, Rafael a alienação que vem da TV é constante e crescente. Mas graças à Deus somos sentelhas Divinas e podemos ser uma gota no oceano no processo de regeneração do nosso planeta. Acreditemos nisso. Aline Silva

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  2. Não Acompanho a novela em comento e nem Big Brother, mas fica fácil perceber um perfil subordinado à uma criação de um herói nos padrões do vencedor do BBB, como também, o massacre que "Fina Estampa" que passar as gerações de Funkeiros, o autor quer acabar com a imagem do Funk, por isso digo; "Não deixe o funk morrer, não deixe o funk acabar, o morro é feito de funk"...

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