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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A era de ouro do mercado de trabalho no Brasil



Emprego aquecido

Os desequilíbrios econômicos provocados pela crise internacional não afetaram ainda os empregos no Brasil. As estatísticas do Ministério do Trabalho indicam a criação de 1,9 milhão de vagas com carteira assinada, durante o exercício de 2011. A previsão era de um número maior, mas a queda no ritmo de oferta de trabalho, no último semestre, alterou a meta. Ainda assim, no País, a taxa registrada é a segunda maior da série histórica iniciada em 1992, com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.

Quando as economias mais prósperas do mundo enfrentam os desafios da recessão econômica, desde 2008, o País vem conseguindo manter sua estrutura econômica aquecida. Os reflexos negativos importados dão sinais de sua presença na conjuntura econômica, mas sem maiores danos por enquanto.

A oferta de postos de trabalho é essencial para aquecer o mercado interno. Preservar seu ritmo significa manter os negócios em ascensão. O Brasil seguiu essa linha a partir de 2003, quando surgiram 800 mil novas oportunidades; 1,7 milhão em 2004; 1,5 milhão em 2005; 1,5 milhão em 2006; 1,9 milhão em 2007; 1,7 milhão em 2008; 1,3 milhão em 2009; e 2,5 milhões em 2010.

A previsão inicial para 2011 era de 3 milhões de empregos, interrompida pelo recuo na produção industrial, por fatores sazonais, como a entressafra agrícola e o esgotamento da bolha de consumo, gerando o fechamento de 654 mil postos. Um ganho positivo sobre as ofertas de vagas foi exatamente o vínculo empregatício oferecido pela iniciativa privada.

A taxa de desemprego no ano passado manteve-se em patamar nunca alcançado: 6%. Em comparação com os maiores mercados do mundo, ela é considerada razoável, pois, na Zona do Euro, chegou a 10,3%; na Itália, 7,65%; na Rússia, 6,1%; no Chile, 7,2%; nos Estados Unidos da América, 8,3%; na Argentina, 7,2%; na Alemanha, 5,6%; na China, 4,1%; e no Japão, 4,3%.

Mesmo com o razoável desempenho, em 2011, o País não foi capaz, ainda, de alcançar o pleno emprego, meta desejada por qualquer governo. Embora a população ocupada tenha alcançado 22,7 milhões de trabalhadores, os desempregados somaram quase 166 mil. Além desse contingente, havia o subemprego e os trabalhadores ocupados, mas sem a proteção da carteira de trabalho assinada.

Esse panorama otimista no campo do trabalho está exercendo poder de atração de estrangeiros interessados no mercado nacional de empregos. Eles enxergam mais oportunidades com os jogos da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, além da exploração do pré-sal, tudo isso, sem as crises vividas atualmente por seus países.

Essas perspectivas de ganhos estão atraindo, também, as empresas multinacionais de recrutamento, cujos endereços eletrônicos registram a mão de obra disponível. Durante o ano passado, 80 mil estrangeiros cadastraram seus currículos interessados numa vaga aqui.

Existem 300 clientes brasileiros dessas empresas de recrutamento interessados em contratações, enquanto a procura por oportunidades já é manifestada por 400 mil candidatos. A preferência inicial tem sido dada aos profissionais altamente qualificados em áreas específicas como serviços geofísicos, geodésicos, petróleo e gás.

Esses trabalhadores procedem da América do Norte e da Europa, principalmente. A carência brasileira nas áreas de engenharia terá nessas ofertas de mão de obra externa um caminho para a sua solução. É apenas questão de tempo. Fonte: Editorial Diário do Nordeste de 31/01/2012

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